Espaço de Generalidades

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Matemática Lírica

Matemática Lírica

Um Quociente apaixonou-se
Um dia
Doidamente
Por uma Incógnita.

Olhou-a com seu olhar inumerável
E viu-a,
do Ápice
à Base...

Uma Figura Ímpar;
Olhos rombóides,
boca trapezóide,
Corpo ortogonal,
seios esferóides.

Fez da sua
Uma vida
Paralela a dela.

Até que se encontraram
No Infinito.
"Quem és tu?"
Indagou ele
Com ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa".

E de falarem descobriram
que eram- O que, em aritmética,
corresponde
A almas irmãs -Primos-entre-si.

E assim se amaram
Ao quadrado da velocidade da luz.
Numa sexta potenciação
Traçando
Ao sabor do momento
E da paixão
Retas, curvas, círculos e linhas senoidais.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas
E os exegetas do Universo Finito.

Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E, enfim, resolveram se casar
Constituir um lar.
Mais que um lar.
Uma Perpendicular.
Convidaram para padrinhos
O Poliedro e a Bissetriz.

E fizeram planos,
equações e diagramas para o futuro
Sonhando com uma felicidadeIntegral
E diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
Muito engraçadinhos.
E foram felizes
Até aquele dia
Em que tudo, afinal,
Vira monotonia.

Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum...
Frequentador de Círculos Concêntricos.
Viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
Uma Grandeza Absoluta,
E reduziu-a a um Denominador Comum.
Ele, Quociente,
percebeu
Que com ela não formava mais
Um Todo.Uma Unidade.

Era o Triângulo,
Tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era a fracção
Mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu aRelatividade.

E tudo que era espúrio passou a serMoralidade
Como, aliás, em qualquerSociedade.

Conceição Pirralho
Este poema foi-me enviado por email,
por Jorge Magalhães obrigado meu amigo.
posted by Espaços abertos.. at quarta-feira, janeiro 24, 2007

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